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quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Domingo de Julho

E, naquele domingo, ao cruzar o portão gritou por dentro de si mesma que tinha acabado e ele consentiu.
Foi obrigada a fazer o que não queria para manter sua sanidade mental, estava quase enlouquecendo, o mundo passara a ser preto e branco e sua única certeza era a incerteza do amanhã.

Como assim num sabe? Ele não escolhera a solidão? Ele deveria estar feliz agora, deveria estar conquistando seus objetivos e pondo em prática suas metas, deveria estar bem longe, dando risada por aí. Ele não a trocara por nada, ele jogara fora.
Pois para ela, morrera. E num domingo. Era cálido, era pálido, era cru.

Até seus defeitos eram perfeitos, ela era perfeita demais, eis o problema. Era ideal demais, surreal.
Ofendê-la jamais o faria uma pessoa melhor. As lágrimas de moça de nada valeram. Naquele momento não doera? Vendo a garota de seus olhos cruzar a saída de sua vida e nada fez? Não, creio que não doera. Nada fizera, ficara imóvel.
Ela olhou para o céu, sentira uma náusea, desmoronaram os sonhos, acabaram-se os planos, se fora toda a esperança. Mas percebera que o sol também estava sozinho no céu, e nem por isso perdera seu brilho.
A garota decidira continuar com seus defeitos perfeitos, jamais mudará por ninguém, colocou o sorriso mais lindo na cara, os cabelos ocultaram as lágrimas, ah, e esse resistiria a todas as ciladas do tempo. Paixões vem e vão. O amor não vai embora, não abandona e não volta. O amor permanece.