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segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Ingrato Sorriso


Porque a vida da gente é desgramenta assim mesmo. Nada do que a gente faz vai ser reconhecido, nada do que você faça terá valor.

Às vezes você se mata, se anula e se cala, tudo para agradar, tudo para ajudar, tudo para o bem de todos. E o que você ganha com isso? Um tapa na cara. Um tapão daqueles de te deixar desnorteado, de te partir o coração e embaralhar as vistas.

É por isso que eu aprendi a não confiar em ninguém, a não acreditar em promessas e palavras de sorrisos fáceis. É muito fácil jogar as coisas na cara da pessoa, depois que ela já deu todas as suas forças vitais para te ver vivo.

Dormirei com a consciência em paz de que meu dever foi cumprido e de que fiz a coisa certa.


quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Desiludindo


Lágrimas. As doídas a gente não dá conta de segurar, elas escorrem, quentes e atrevidas pela face moça. Não dá.

Estou no meu helicóptero imaginário, que neste momento está me levando pra bem longe daqui. Como queria ser capaz de arrancar os sentimentos deste coração, jogá-los fora e não mais sentir! Mas isso mataria o meu ser, acabaria com minha personalidade e não seria a Natália. Não.

Corro o risco de mostrar-me sentimental, que sou de expor meus intensos sentimentos. Queria poder pedir indenização por todos os danos causados pelas pessoas que me magoaram. Elas me amargaram  e me fizeram não mais acreditar em qualquer palavra. Não queria ser assim, mas torna-se necessário para sobrevivência e convivência com os seres da espécie humana!

Que vontade de pegar meu unicórnio e cavalgar pelas colinas, esquecer disso tudo e de todos, de secar todas as lágrimas que volta e meia marejam meus olhos e entristecem-me o olhar.


domingo, 16 de setembro de 2012

Explosão de um sábado à noite


Cansa criar expectativas quando no fundo você sabe que todos os acontecimentos que lhe importam não são mais que provisórios. Talvez durem alguns dias, talvez até mais, no entanto, nada além de uns dias. Dias que talvez vão fazer parte de uma história inteira de vida, mas que no futuro não tão longe serão mais uma daquelas lembranças do que se viveu na juventude.

Já vivenciei muitas histórias no palco de minha vida, e por muitas vezes tive que me “vestir” de certos personagens para conseguir sobreviver, para fazer o que deveria ser feito. De fato torna-se necessário vestir uma armadura no coração, ou pelo menos tentar fazer isso, quase sempre em vão. Um sorriso nos lábios, lágrimas caindo, um Band-Aid no coração... e tudo bem. Retoco a maquiagem e parto pra batalha. Só eu sei o que se passa dentro de mim.


Sinto como se fosse explodir de tanto sentimento. Um mix de paixão, ódio, saudade, raiva, angústia foi batido no liquidificador de minha alma, dissolvido no sangue de minhas veias como uma forma de alimento para meu ser.

Passam tantas coisas dentro deste coração todos os dias, e meus segredos continuam aqui guardados... Palavras que mentem dia e noite, confusão de paixões e inversão de valores. Não sou apenas uma mulher carente. Esse meu coração de vinte e poucos anos não sabe ouvir conselhos, de nada adianta todas aquelas frases já conhecidas e decoradas. Minha explosão não aprendeu a ter paciência, aprendeu que no dia seguinte sempre volta.

E sempre que a gente acha que já viveu tudo que tinha para viver, aparece mais uma insanidade à sua frente.
Pego-me todas as noites fazendo um retrospecto de minha vida e isso me faz perceber que ela consiste em uma eterna repetição de ciclos, praticamente um karma ou algo do tipo. Oh, será que uma hora esse trem vai desandar?

Acho que às vezes eu deveria seguir a maioria dos conselhos que dou para os outros. Estou me desapegando de tudo aquilo que me fez sofrer, estou jogando fora todas a s energias negativas que ficaram acumuladas dentro de mim.

Todos as noites, antes de dormir, todos aqueles sonhos pueris vêm à tona, tomando conta de todo meu ser, de um modo inexplicável e incontrolável. Não mais querendo mudar o mundo e salvar o planeta, quando pequena. A vontade de que aquele sorriso se abra, que as horas passem, que as datas cheguem, que aquele tão esperado emprego dê certo... quem sabe o príncipe encantado apareça... ou o desencantado (no meu caso é bem mais provável).

Fico tentando me enxergar trabalhando, jornalista que sou naquele tão sonhado emprego (que todos que me amam sabem qual é). Um apartamento todo decorado com objetos que eu gosto. Um apê com uma sacadinha graciosa onde eu possa colocar um vasinho de flores roxas. Olhar para estante com porta-retratos espalhados com fotos dos momentos importantes: aniversário de 15 anos, colação de grau, festa do trabalho com os amigos, casamento, nascimento do primeiro filho... Um bichinho de estimação! Que eu possa ter um carro vermelho, um ar condicionado no quarto para refrescar-me nas noites quentes, uma manta para me aquecer, um colo a dar e a receber. Um travesseiro de penas a me esperar. Um suco de laranja na mesa do almoço de domingo, um copo de água mineral para matar a sede, um sofá que me abrace para tirar a tensão do dia-a-dia. Um abraço daqueles que só avó sabe dar, carinhos na hora de levantar, um beijo carinhoso de despedida.  Meus pais para me amar. Incondicionalmente.
Estou aqui, meu Deus, esperando Seu tempo chegar. Há de chegar, tenho fé.