Pages

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Quando as letras fazem todo o sentido

Do sentimento de tornar-me jornalista diplomada



Sensação de que consegui escrever mais um capítulo da minha vida. Talvez uma sensação de dever cumprido e de que eu sou capaz.

Dediquei os últimos três meses da minha vida ao TCC, Trabalho de Conclusão de Curso. Há dez dias defendi minha banca. Fiz um fotolivro que aborda a infância da cidade de Urânia, onde cresci. Foi um trabalho que levou aproximadamente 8 meses para chegar ao resultado final.
Penso que foram meses dos mais desgastantes da minha vida. Murphy se apaixonou por mim e não me deixou em paz. Passei por coisas que jamais imaginei que fosse viver. Briguei com gente que jamais desejaria ter conhecido. Tive que engolir muita cara feia e injustiça. Mas acho que o mais importante é o que fica: eu não desisti.

Sabe o que tem de mais legal nessa história toda? Eu não precisei de ninguém para não cair. Eu não necessitei de remédio algum para sobreviver, de mensagem nenhuma para não chorar nos momentos mais difíceis. Quando a coisa apertava, eu corria para o único colo que vale à pena: o da minha mãe.
Quantas e quantas vezes eu chegava de madrugada à casa dela, com os olhos marejados e vontade de desistir, com uma mochila nas costas e os equipamentos fotográficos nas mãos. E aí ouvia palavras de incentivo, passávamos noites em claro, por vezes em frente ao computador para dar tempo de finalizar as coisas dentro dos prazos.

E no último dia 29, realizei o sonho de me tornar jornalista diplomada. Só acreditei que consegui quando ouvi meu nome anunciado, e me enxerguei de beca e capelo, recebendo a rosa do meu querido professor Marcelo, que além de me ensinar muito sobre jornalismo comunitário e sociedade, se tornou um grande amigo. Recebi o canudo, e a lembrancinha, seguido de um sincero abraço, emocionado, da minha querida professora Renata, da qual nunca vou me esquecer.

A minha felicidade foi ainda maior quando vi a felicidade das pessoas que amo, que estavam ali presentes, naquele momento tão importante pra mim. Que se fizeram presentes também quando nem tudo foi um mar de rosas. Aqueles que realmente importam. Eles estavam ali por mim. Neste momento tive a certeza de que realmente eu nasci para isso e lembrei-me de quando tinha quase sete anos e tinha vontade de me tornar escritora. Minhas palavras, agora, começam a fazer mais sentido.