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terça-feira, 9 de setembro de 2014

Auto-retrato da pertubação

VI- Capítulo Sexto: Do blá-blá-blá de sempre

Só queria amar além da conta e sentir a reciprocidade disso. 

Uma vida baseada em me fazer de forte, vestir uma armadura que já nem cabe em mim e tentar sentir por mim, você, por todo mundo. Feliz ou fingir ser? Como se houvessem orgasmos em cada gesto ou olhar que espero ansiosamente desde sempre e para sempre. Uma pessoa simples e com gostos complexos.

Posso ser um espírito errante, mas há poesia inserida nesse histórico ser tão carente. Preciso que alguém precise de mim. Preciso te fazer bem. Preciso sentir que faço a mínima diferença em ser e estar.

Sinto que minha alma veio mutilada. Tem um oco, um vazio por dentro que nunca se preenche, uma necessidade infindável de mudar essa realidade. Esse oco se faz cada vez mais presente. Cá estou, com meus óculos fundo de garrafa, pijamas, com cara de ontem, cabelo e  em excessivo tecido adiposo.

Porque sim. Eu sinto falta de alguém pra conversar e rir das minhas bobeiras, rir meu riso, chorar minha lágrima, se embebedar numas histórias sem pé nem cabeça nem fim. Alguém para me abraçar o mundo. Há aquele aperto no peito, uma solidão

Tudo anda tão superficial. Ou será que esses lances que perambulam minha mente não passam de utopia? Quando você se sente na lateral do campo sentimental, não faz tanta diferença assim, é um tipo tão sei lá, se der certo, talvez. 

Isso não era o que sonharam pra mim. Quiçá eu prefira não acordar ao sonhar, o meu sonho.

Volta e meia preciso voltar e dar corda naquele judiado coração clichê, coisas que sempre vêm à tona e eu insisto em deixar pra trás. Ainda guardo os meus clichês para um outro alguém [...]

Não seria nada mal se o alívio resolvesse fazer morada em meu coração.