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sábado, 22 de fevereiro de 2014

Motivos para (não) acreditar no amor

I - Capítulo Primeiro
Das desilusões.

Acredito que já se nasça com uma espécie de pré destino, com histórias mais ou menos predeterminadas. Somos todos dotados do livre arbítrio para fazermos o quê bem entendermos para mudarmos para melhor ou pior, em busca da nossa elevação. Eu confio veementemente nisso e luto com unhas e dentes para essa teoria se concretizar de uma vez por todas em minha vida.

No entanto acho que sofro de um mal, que às vezes chamo carinhosamente de dedo podre, uma espécie de "síndrome do azar infinito" que insiste em me perseguir. Tenho algumas suspeitas de que sofro de uma doença sem cura, a impressão de que não se trata apenas de azar ou da lei do retorno. Talvez tenham feito macumba, trabalho, uma amarração inversa. Talvez quebraram o Santo Antônio da minha vida. Talvez eu tenha vindo mesmo pra ser a titia. Não...É mais, muito mais.

Na adolescência o sofrimento de uma paixão platônica, no estilo "A Dama e o Vagabundo", às vezes acho que uma espécie de carma que vou carregar por toda vida, já que volta e meia alguém vem e joga a areia ressequida dessa má passagem de volta em meus olhos. E que menina no auge de sua rebeldia pueril não teve lá seu namoradinho? Uma paixonite doentia? Uma loucurinha?

A brisa vem e vai. Chegam ventos. Ventanias. Vendavais. Tufões e furacões.

Se o primeiro namorado, noivo, que quase se tornou marido num auge de loucura por cerca dos 17 anos, não passava de um malandro mentiroso, um sujeitinho com conflitos de personalidade, metido à playboy?

O segundo, um doido varrido,marmanjo mais mentiroso que o primeiro, malandro de alto nível, totalmente adaptável com um humor um tanto questionável, de uns lances não lícitos?

O terceiro um psicopata da rede, se dizia loucamente apaixonado, fotos e mais fotos, créditos no celular. Um homem cuja existência custo acreditar. Uma tatuagem infinitamente em meu corpo para essa loucura marcar. Dois anos de um universo paralelo, um mundo construído para meu namoro imaginário.

O de número quatro, deve estar mesmo "de quatro", talvez ainda confuso, afundado e suas neuróticas teorias. Prefiro chamar de: livramento.

O quinto e último namorado oficial. Aquele que queria de presente seu nome e sobrenome, que daria tudo e mais um pouco para ver sua felicidade estampada na minha. Mas talvez não me merecesse mesmo. Talvez a sabedoria materna tenha dado razões suficientes para tanto.

Não dá pra culpar a falta de sorte. Não se trata apenas de azar. É mais, muito mais.

Pouco mais de dois anos de incontáveis casos e acasos. 'Essazinha' com certeza não sabe escolher. Como diriam: "essa aí só escolhe rabo de foguete"; "curva de rio"; "é só mais uma sinuca de bica" e por aí vai... Claro, certamente eu não sei escolher.

Continuo sendo essa coitadinha, que às vezes encontra companhia, talvez por dó? Mas a responsabilidade é só minha, não do destino. Ah! o destino... Suspeito que por trás de cada escolha equivocada está minha alma carente, de uma carência vindoura de outras existências. Uma carência que me suga e me mata pouco a pouco. Obviamente quem precisa, quer e gosta de atenção dos outros não consegue subjulgar ninguém direito. Vai lá e agarra o primeiro que passa, do qual ela cai na conversa que cai como 'luva' aos ouvidos, que se apega e por fim se apaixona por qualquer um. Talvez falte critério. Talvez gente assim seja vulnerável demais. É uma presa fácil, que cai em truques, desmandos e caprichos de outrem.

Em meio à esse turbilhão vem aquele velho problema da autoestima, ou melhor, a falta dela. Quem verdadeiramente gosta de si mesmo, o tempo todo, sozinho? Quem gosta de si mesmo procura por gente que lhe faz bem, quem gosta de si mesmo procura pela companhia de uma pessoa especial, porque sente que merece. Quem não se gosta que faz tudo ao contrário, fatia o coração das pessoas em pedaços, tempera com sal grosso e devora como petisco para cerveja.

Digam-me por favor! Deixem-me claro: A escolha é mesmo fácil? Se trata mesmo de uma escolha?
Sobretudo no mundo em que a gente vive. Mas a vida nos oferece termos de garantia contra enganos? Parceiros com notas fiscais e direito à troca por defeito? Nos dá alguma inteligência para percebermos que trocamos o 6 por meia dúzia? E o ciclo, assim, torna a se repetir...

"Aqui se faz, aqui se paga"; Prega a lei do retorno... Mas no meu caso minhas dívidas continuam todas vencidas? Estaria eu pagando ainda apenas pelos juros? Quem foi que desatou o nó do amor de minha vida? Será que algum dia tive mesmo um laço... Queria muito entender...



Às vezes acho que o amor vai entrar na minha vida no mesmo dia que tiver criando unicórnios em minha fazenda. Sei lá, acho que hoje acordei num sábado propício pra deixar de ser besta.


Tenho me vestido apenas por esperança, desnudei a alma e fiz dela a essência de meu ser. E quer saber? Cansei.