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terça-feira, 4 de março de 2014

Porque eu continuo a creditar no amor (ou não)

II- Capítulo Segundo.
Ensaio sobre um manual de instruções.

Porque eu tenho mania de querer tudo depressa, quase que instantaneamente. Porque a gente tem sempre que andar apressada, e sempre está atrasada. E a gente sabe que precisa deixar fluir, com coração offline e a razão online. Mas eu que vivo presa no labirinto dos sentimentos, tenho anseio de me libertar das amarras da carência. Este é o recado que tenho para meu coração de alma errante.

Tudo quietinho, pelo menos por um tempinho. Mas tudo vira mesmo uma zorra. As lentes dos meus óculos estão embaçadas, caiu ketchup na minha calça, a blusinha preta já desbotou. E surgiu uma nova versão de mim?

Quanta vida cabe em cada palavra que brota de minha alma? Estou afundada em meio à minha necessidade. Às vezes desperto nas madrugadas e me encontro comigo mesma... E me lembro daquele dia que jurei pra mim mesma que não iria crescer, entretanto se fez  necessário juntar todas as amadas bonecas em uma caixa. Encontro a mim mesma, como num reflexo no espelho...vejo a mesma menina tímida de sonhos românticos...e por que ficaram tanto tempo longe? Seriam rotas migratórias?

Tenho tantos sentimentos que não cabem em mim. Talvez nem sejam todos meus. Eles pertencem à amplidão. Há alguns que às vezes penso que nunca vou me libertar. Mas eu vou levar isso até o final. E vez ou outra me levo pra passear. Me pego pensando se seria você como eu... Fico observando as estrelas, seu brilho 'pupulante', que talvez só a gente mesmo entendesse...

Porque na maioria das vezes eu só 'preciso' de um abraço, de dar um abraço e percebê-lo recíproco. Sorrisos, olhares e brincadeiras.
Por hora, fora do contexto. O convencional não me fascina. Eu acho que nunca deixei de ser quem sou. Pq mesmo forte, meus olhos ainda enchem-se de lágrimas. Me emociono com finais inacabados de filmes. Ainda consigo me apaixonar pelo brilho de verdes olhos. Talvez eu ande precisando de mais verbos e adjetivos. 

Estou filosofando, mas não deveria. Nasci brasileira e é carnaval. Só que prefiro vestir o abadá da redenção de minha alma. Porque eu sou mesmo irrevogavelmente apaixonada. Ah, porque mesmo sem querer - talvez querendo - Você me faz tão bem!

Porque tarde da noite me desnudo. Arranco lentes e maquiagem. Longos cabelos pretos e óculos quase fundo de garrafas. Esse é meu eu. Mesmo grande me sinto pequenina. Mesmo no calor me sinto protegida pelo cobertor. Ilusão. Sons que me confundem. E acho que sou mesmo um turbilhão. Que bom que não tenho mais medo de ser quem sou.