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quinta-feira, 30 de julho de 2015

Tempos de des(amor)

X- Capítulo Décimo: Sobre seis meses de carência econômica e amorosa
Das promessas que (não) envolvem o infinito

Pensamentos perdidos que não fazem sentido. Ideias remoendo o ser. Uma pseudo-solidão imposta, talvez, pela sociedade. Ouço, nem tão imaginariamente, megafones: 
“Só é feliz quem tem alguém!!!”
“Seja uma mulher independente!!!”
“Você precisa arrumar um marido antes dos 30!!!”
“Seu sobrinho vai nascer, agora ficou pra titia de vez!!!”
“Você precisa focar na vida profissional, comprar um carro e um apartamento!”
“Precisa de alguém que cuide de você!”

Porra sociedade!!!
Te vomitam frases feitas, aqueles jargões clichês controversos! Que você com certeza têm que seguir à risca, pois onde já se viu?
É bem inconveniente você não se encaixar no padrão aceitável.
Eu não aceito é ter minha "vida" aos frangalhos novamente!
Não sei qual é o lance da "vida".  Nada se parece com nada. São sequências de tragédias previamente encenadas. E parecem que foi ontem... parece nem tão distante aquele 2011...
Porque talvez eu tenha o dom profissional de escrever cartas de amor. Cartas que só tem remetente.Eu sempre me expresso melhor por palavras ou lágrimas. Ou a soma dos dois. É um nó, dentro de mim, que ainda não aprendi a desatar. Eu nasci para amar.

Já consegui de incontáveis formas fracassar, na maioria dos âmbitos possíveis. Exceto, o fato de nunca parar de tentar acertar. Meus erros atendem por nomes próprios. E eu sempre me odiando, quase o dobro do que tô odiando você, X.
Vamos chamá-lo de X, assim preservamos sua identidade e faremos uma referência a este espaço que costuma abrigar minhas diarreias e vômitos em forma de palavras.
O problema é essa nossa quase-fixa-relação-imaginária que mantenho com você desde então. É que todos os meus casinhos deram errado, e eu torço sim para que os seus deem também. Porque eu duvido muito que o nosso não deu certo. Mas os outros sabiam que ia dar errado. E que você não teria 99% de coragem de contrariá-los.

Das vezes que me exponho ao transparente. Vou me deixar transparecer mais uma vez. É porque eu sei seus filmes preferidos. Ainda ouço aquela nossa canção. Lembro do teu cheiro, do teu abraço e de como apertava minha mão. Você ainda habita minha Oração...
Apenas numa foto, nada romântica, consegui te eternizar. Quiçá eu tenha inventado uma versão melhorada de você pra mim... 
O que se passa é que eu tenho mania de romantizar tudo. Quem sabe eu não tenha te observado por eternidades?
Era assim, pra mim, como um projeto a longo prazo, aquele plano que a gente faz pra vida
Mas eu era tão cerveja, limão e sal.
Eu já tô empurrada nessa fixação mental indefinida-errada relação que tenho com você e que agora todo mundo sabe.
E tudo que eu queria, se é que isso existe, é estar para X, assim como X está para mim. Mas como sou de humanas, a "vida" não aceita matemáticas.

Um pontinho qualquer no universo, guarda tantos universos!Se já morei só? Sim... em histórias de amor.Mas no fundo, tudo que eu queria, é alguém que entenderia o meu caos. A gente morre e renasce um pouquinho a cada dia. E perdendo um pedaço de mim a cada dia é que me reencontro no final...Reflexo d’um espelho antigo. E o fundo do poço, nem é assim tão fundo. É que eu sempre precisei morrer de amor, para continuar viva...
Minha "vida" é suscetível à desencontros... mas aquela verdinha-malandra, sempre me convence a esperar a meia noite seguinte.
Deve ser verdade aquela história que amadurecemos com os danos, não com os anos...
Talvez uma velhinha de 20 e poucos anos...

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