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sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Tá muito mais estranho, mas ainda tô conseguindo ficar de pé

XIII - Capítulo Décimo Terceiro - Looping

*Silêncio* cricri...cricri...cricri...
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Desde janeiro contam-se 7 meses...

Eticamente, moralmente, filosoficamente, eis que vos digo ~ nem tão educadamente: - Tá foda!

Me dei o direito de calar. Talvez de calar as palavras que saem de mim, mas isso não é assim tão fácil. Acho que o tempo terrestre não seja capaz de desatar o nó da alma.

Ou esteja eu somente exausta.
Sei que tudo que passamos ou não é por nosso merecimento. Estou pronta pra passar qualquer que seja a situação ou circunstância que a vida venha me impor.
Só não acho que eu seja obrigada a aceitar isso de cabeça baixa, eu vou vencer de cabeça erguida, vou procurar a forma mais sábia que minha evolução permitir.

E se tem uma coisa que eu me arrependo é de ter crescido.
Na verdade se tem uma coisa que eu me arrependo na vida nem foi o que já escrevi nesse muro das lamentações até agora, foi é ter saído da 8ª série.

As cicatrizes que ficaram em mim ao longo dos anos me transformaram em uma pessoa que eu não queria ser.
Eu não sonhei com isso. Eu não queria nada disso.
E sabe amiguinho, qual foi meu problema? Amar demais.
Esperar demais.
Dedicar demais.
Imaginar demais.
Fui carente demais.
Meu erro foi querer um amor rosa-antigo.

E agora me tornei uma adulta de 25 anos, que aos 15 com certeza eu abominaria.
Eu não sei quem eu sou!

Até hoje não sei porquê cursei Jornalismo!
Por gostar de escrever? Isso já nasceu comigo! Deve ser de outras vidas, sai de dentro de mim como algo automático... eu nem sei se escrevo assim tão bem, só sei que gosto e consigo. Mas não sei se seria algo que queria fazer pra ganhar a vida.
A ideia de trabalhar numa TV me assusta. Eu não gosto de holofotes, me dá calafrios só de pensar em gravar uma matéria! Deusulivre!!!
A fotografia é uma paixão. Eu poderia sair por aí fotografando e escrevendo por uma vida toda, quando me desse na telha... talvez dessem até livros!

O rádio foi algo que aconteceu no meio de todo esse caminho. Bem dizer que, meio que "caiu no meu colo". Foi um período de grande aprendizado, até muito necessário para meu desenvolvimento como ser humano. Acho que não pretendo repetir a dose, entretanto não posso dizer "desta água não beberei", pois seria muita pretensão da minha parte.

Fiz os 7 semestres da faculdade pensando: "não vou mais". (hahaha) Verdade! (infelizmente)
Por tanto apoio que tive da minha mãe que foi a única pessoa até hoje que sempre acreditou em mim e sempre me incentivou, até quando eu mesma achava que não teria mais solução...
Ela me fazia lembrar de quando eu era criança e morávamos em São Paulo... quando passávamos pela marginal Tietê e eu avistava o suntuoso prédio da editora Abril e falava com a maior euforia:
"-Mamãe, quando eu crescer quero trabalhar aqui!!!"
Lembro que eu amava ver aquele prédio. Aliás eu amava prédios (amo até hoje! sou fascinada!), mas aquele tinha algo especial que sempre mexia comigo...
Pensava que eu poderia estar cursando o tal falado Jornalismo para trabalhar numa revista. Foi isso que me fez persistir e concluir a graduação.

Por que eu tô contando tudo isso?
Nem eu sei. Deu vontade... sei lá. Preciso falar com alguém e vim aqui falar com você.

Até dezembro de 2008 eu queria fazer Veterinária. Já que o sonho da Medicina era só sonho bem fantasioso mesmo. Meu pai fez questão de me dar um refresco de memória e frisar bem que não sou filha de magnata. e não sou mesmo. Se tem uma coisa que eu não tenho nessa vida é dinheiros, gente!

Eu sempre fui uma criança estudiosa, uma leitora assídua. Lia mais de 200 livros por ano, muuuuito mais! Ganhava medalhas de honra ao mérito na escola até a matemática arruinar a minha vida. Mesmo com as exatas eu continuava sendo uma boa aluna, sempre fui dedicada.
Talvez eu não tenha dado "sorte".

Além dos livros que me faziam companhia, porque eu era de pouquíssimos amigos, os lápis de cor também me alegravam muito. Eu desenhava muito bem. Bom... acho que ainda desenho... Faz tanto tempo, mas acho que essas coisas são que nem andar de bicicleta, a gente não esquece.
Sei que tenho um diploma na mão. Um diploma que nem é preciso ter para exercer a profissão.
Mas qualé? Eu sou jornalista!

Eu tive que passar por tantas para descobrir o óbvio. Cara! Eu gosto é de cozinhar!
Eu me meto na cozinha se bem me lembro desde os 7 anos, se bobear até menos que isso! Com essa idade eu já fazia arroz maravilhosamente bem!

A verdade é que a realidade da gente é muito dura de ser encarada. Deve ser por isso que sempre me deixei envolver por literatura, ou por pessoas que dissessem palavras bonitinhas. A gente tem mania de sonhar com o quê só existe nas poesias...
Talvez o amor seja só mais uma figura de linguagem, uma metáfora!

Olho para os lados e fico pensando: Será que só eu não estou me sentindo estupidamente feliz?
E, paradoxalmente me sinto muito mal com o que vejo X sinto.
Vem aquela sensação de inadequação. (Será que pertenço a esse mundo?)
Se avisto alguém no supermercado, algum velho colega de classe ou antigo professor, evito ao máximo o possível encontro. Porque serei afogada em uma enxurrada de perguntas que não tô nem um pouco afim de responder. Vai uma listinha de 10 (porque toda lista que se preze se constitui de 10 itens) perguntas triviais:

1- Você tá perdida por aqui... ainda morando em Urânia? ( Hey! Minha casa está em Urânia, eu vivi por 16 anos em Urânia, por qual razão, motivo ou circunstância eu não posso morar em Urânia?)
2- Já se formou? (cara de indignação por ser Jornalismo numa faculdade particular da região)
3- Onde tá trabalhando? (cara de indignação + decepção por estar desempregada)
4- E aí, casou né? ( O que seria meio óbvio um sim, já que aos 17 anos eu já era noiva no tempo de escola, aí vem um NÃOZÃO bem GRANDÃO, acrescenta a cara de espanto)
Aí minha mãe que geralmente tá comigo, nessa altura do campeonato já notou meu nervosismo, remenda com um assunto aleatório: "Eu já tenho um netinho" - A pessoa pensa ~coitada é mãe solteira... tsc tsc
5- Ah então já teve um filho? Que idade tem? ( Ah FULANO, é do meu irmão - delongas explicando o sucesso do irmão e o meu fracasso, dando ênfase ao primeiro - é meu sobrinho..........)
6- Mas tá namorando?! ( PUTZGRILAVÉIO!!!)
7- Ainda estão com o posto? (¬¬)
8- Ah, no Mato Grosso não deu certo? (Deu certo sim, por 14 meses!!!)
9- Você engordou né? (Tão clássica que é quase um clichê)
10- O que é essa tatuagem aí no seu braço? ( Se eu não tiver essa pergunta, a conversa nem valeu a pena! Acho que vou mandar escrever algo como SUSHI ou JAPANESE FOOD como legenda da tattoo)

Como se não bastasse, depois de um agradável diálogo como esse, com certeza muito edificante (~dose de ironia), abro minhas redes sociais e me deparo com serumaninhos lindos, sorridentes, realizados amorosamente e profissionalmente, conhecedores do mundo, religiosas de fé inabalável, ativistas em causas humanitárias, têm a vida baseada nos ensinamentos de Buda (Namastê!"), vasto conhecimento literário, opiniões políticas formadas... 
Créditos: Armando - @exhumanos


É, parece que o mundo se tornou um lugar melhor e eu não percebi?
Acontece que tem muita coisa por aí que não tá sendo mostrada, ou está sendo mascarada, ou pior ainda, inventada!
Tudo bem não estar tudo bem. Não precisa ficar postando suas bads, seus problemas, suas deprês...Como dizem por aí...rede social não é psicólogo! Mas não devemos viver uma vida que não é a nossa!
Ninguém vive num filme, ou num clipe musical perfeito! Somos seres humanos errantes num mundo de provas e expiações. Não tem como haver perfeição num mundo de imperfeitos!

Aprendi com um sábio ensinamento de minha cunhada, " Não força a barra".
SIM!!! Mal sabe ela o quanto isso mudou minha vida.

Meu professor de matemática sr. Wilson da 7°série tinha razão... toda razão... E com certeza eu o odiava por saber q ele tinha razão...Ele dizia que meu irmão teria um futuro brilhante e eu não!

Como vou conseguir a ascensão que todos estão esperando de camarote que eu atinja?As línguas afiadas já estão prontinhas para propagar o quão grande foi o meu "fracasso".
A oportunidade vai brotar aqui no quintal de casa? Alguém vai me ligar me dizendo que tem uma vaga de emprego? O amor da minha vida vai bater na porta da minha casa numa segunda-feira ao meio-dia no sol quente? Meu filho vai nascer antes que eu faça 30 anos? Será que um dia eu vou ter uma casa própria?

Perguntas difíceis que não sei responder.

Eu não quero tomar anticoncepcional.
Tenho miopia de 4,5 graus.
Porque eu queria poder atravessar a rua e ver o rio.
Parar a moto para assistir ao pôr do sol, que belo!
Deixar o liso virar cacheado, o vermelho desbotar. Adiante, o preto ficar branco. (Tomara que demore!)
E como um bom serumaninho de humanas não sei escrever pouco e decerto terei de viver da minha arte!
Esperar por tantos 15! 15 anos, 15 de novembro...setembro de 2015 ou 15 de fevereiro...
Porque ainda lembro do abraço que nunca mais recebi.
Preciso de uma conversa boa, de conversar com outras pessoas. ( Mas eu tô com uma doença, altamente contagiosa, a pobreza - é meu amigo, pobreza pega.)
Sim, percebi que estamos doentes. Porque todo mundo que "quebra, fali, vai à zero, fica pobre -mais pobre-) é portador de um vírus ultra contagioso, que nem álcool 70% dá jeito. Ninguém se aproxima.
E eu ainda tenho aquele AllStar preto desde os meus 14 anos...
A minha conta bancária está negativada.
Visto uma camiseta preta já desbotada.
Por vezes me pego cantando as sofrências músicas de Pablo. Sonhei esses dias que namorava Wesley Safadão (? INTERROGAÇÃO)
E faz os 7 que eu não consigo dormir direito...
E quandé que eu vou conseguir um emprego?
Eu vendo bolinho na feira SIM. E se botar reparo vendo um pra você também, porque o bolo é bão e você vai gostar!

Eu sempre fui chorona. Todos mandavam não ser. Hoje parece que não tão mais, mas quero voltar a ser.
Chorar não é fraqueza. É sinônimo de delicadeza. Machuca, mas alivia.
E assim, as brisas do Correntes já não me refrescam mais.
Em 14 meses de Mato Grosso, mais esses quase 7 de regresso, resumo minha vida desde 2012. INCONSTANTE. E agora mais do que nunca. Não sei o que devo esperar do amanhã?
E quem é que sabe?